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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Porque ERP fracassa

Este é o meu comentário para Computerworld:

Empresa são feitas de pessoas, incluindo a direção. A mudança começa em nós mesmos.
"Informatizar a bagunça", é comum. Não existem milagres e "ser parecido" pode ser muito diferente.

Exemplificando, trabalhei muitos anos desenvolvendo PCP específico para vestuário e observei no mercado muitas soluções, baseadas noutras indústrias diferentes, como mecânica, moveleira, etc, e que não representavam produtividade na parte de produtos, só agregavam mais burocracia. Se tiver interesse neste sistema, escreva-me. (Não é pacote).

As vezes acontece como comprar algo olhando só anúncios. Usar o "ERP das estrelas de cinema", não significa que você vai para Hollywood! Ser realista, usar o lado bom da ferramenta buscando produtividade e qualidade. E lucro é resultado de investimento. Cuidado ao economizar justamente onde e quando deveria investir. Usar bem os recursos é diferente. Comprando só baratinho (ou de grátis), espremendo fornecedores, tentam tirar leite de pedra.

Mesmo o mais sólido fornecedor, não vai ficar no mercado, ou manter produtos, se não houver a adequada e merecida compensação. Isto é o barco furado de muitas empresas, que espremem o fornecedor, até este desistir do produto (as vezes até quebra). O sistema perde continuidade e o ciclo todo tem que recomeçar.

Veja "Por que os projetos de ERP fracassam". Ótima matéria do Rodrigo Caetano.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Terceirização e vínculo empregatício

Debate no fórum da ComputerWorld, a CWConnect em 12/08/2009


Meu Comentário:

Fazendo uma revisão, encontrei a matéria do link abaixo, sobre terceirização que achei interessante de repassar, destacando dois pontos sobre a questão do vínculo empregatício, e portanto, dos direitos do trabalhador.

"A terceirização e a proteção jurídica do trabalhador."



Destaco estes dois trechos:

"Nº 331 Contrato de prestação de serviços. Legalidade.
...
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta."
E...
"Na hipótese de se caracterizar a subordinação jurídica ou a pessoalidade diretamente com o tomador de serviços, é estabelecido o vínculo empregatício diretamente com este..."

Acho que a legislação é clara em definir o trabalho terceirizado, como algo feito fora da empresa contratante, ou que não esteja diretamente subordinado a esta de forma pessoal.
Acontece que é muito comum, que o pessoal terceirizado, seja alocado dentro das empresas, diretamente subordinados as chefias destas. Na prática estão substituindo efetivamente funcionários da contratante, porém, é comum que não tenham os mesmos direitos, normas e benefícios. Isto vai desde participação nas atividades comuns, como reuniões de equipe, ter direito de voz sobre seu trabalho, participação em resultados quando existe, bonificações, premiações, treinamento, avaliação e plano de carreira, etc.
Também é amplamente sabido, excepto pelas chefias que a-d-o-r-a-m fazer papel de vegos e surdos, que as empresas de terceirização, ditas consultorias ou "atravessadorias", cobram valores de profissional sênior, mas subcontratando profissionais júnior. Mas também colocam pessoal sênior em atividades menores, com os mesmos valores nivelados por baixo. E nas empresas, tanto faz quem está ali, pois esperam resultados medíocres mesmo, muitas vezes nem tem capacidade de avaliar e portanto, acham que o profissional jogou no lixo seu curriculum.
Isto me lembra quatro coisas:
1) Que deve-se tratar as pessoas como espera ser tratado.
2) As pessoas tendem a nos avaliam por eles mesmos, conforme sua índole, boa ou má.
3) Não se joga pérolas aos porcos.
4) Em terra de cego, quem tem um olho não tenta mostrar o que ninguém quer ver.
Tenho repetido a minha opinião de que, temos como prática vigente, e contrário a legislação, a feudalização do campo de trabalho dos profissionais de informática, (as outras áreas também são afetadas), pela vergonhosa imposição das "atravessadorias de mão de obra", e da senzala virtual, em que o profissional é colocado dentro das empresas, porém sem quaisquer dos direitos a que os senhores de senzala outorgam aos "de casa". Não falta muito teremos que chamar as chefias de Sinhô e Sinhá. Isto ocorre em todo país, empresas grandes e pequenas, com ou sem grife.
Alguns progressos tem sido feitos, para impedir as verdadeiras fraudes contratuais, em que alguns poucos levam a maior parte dos valores, pagando quantias miseráveis a quem precisa trabalhar de forma honesta. Nisto entram as famosas cooperativas e o trabalho PJ.
Com frequência sistemistas do modelo de exploração, usam a intensiva técnica de jogar a culpa no governo, nos impostos, na crise da bolsa de valores lá de Timbuktu, etc, para impor a idéia de que PJ é melhor do que perder todos direitos trabalhistas, transferindo o ônus da responsabilidade empresarial, principalmente o risco, para o trabalhador, mas sem outorgar na verdade, o ganho que uma atividade de empresa possui, que na verdade é muitas vezes do que meramente repassar o valor sonegado em impostos, sem contudo, compensar com a justa parte do lucro e cobertura dos demais custos que QUALQUER empreendimento precisa.
Com isto, ao negar o justo direito de vínculo, e igualdade de direitos com os demais funcionários da empresa, a perda além de financeira, pode caracterizar pelo constrangimento pessoal, o desrespeito e até o assédio moral.
O sistema judiciário tem jurisprudência sobre várias destas questões, já existem açoes coletivas como o Sindppd de São Paulo, mas ainda precisamos de um trabalho maior, para que a justiça trabalhista deixe de esperar ações individuais, para reconhecer que verdadeiras arapucas gigantes, tem sob suas asas, milhares de profissionais, que não tem outra alternativa, excepto a de ouvir um muito mal educado "se não está satisfeito procure outra coisa".
Custa caro demais para a nação o desperdício de tecnologia e a imensa perda do conhecimento das empresas. A turma que adora estatísticas, começando pelas cabeças da FGV, poderiam facilmente fazer um estudo para demonstrar quantos bilhões são perdidos todos os anos, em prejuízo direto para as empresas que vão lucrar menos, por causa do trabalho mau feito, pelo retreinamento, pela experiência jogada fora e também, porque funcionários, direta ou indiretamente, também são clientes deste mesmo mercado.
Todo mundo sabe, que cliente satisfeito, lhe indica para outros. Cliente insatisfeito, fala para todo mundo. E é no mínimo dez vezes mais caro conquistar um novo cliente do que manter apenas um satisfeito. Vale o mesmo para o profissional que a empresa pode valorizar, e lucrar, ou tratar como reles serviçal e logo adiante, não entender porque é tão difícil conseguir gente para trabalhar. Muitos acham realmente que não é por falta de respeito, falta de treinamento, falta de valorização, promessas não cumpridas, falta de quase tudo. Com certeza, a culpa é de quem reclama, o que é um absurdo! Sabe aquela novela da Globo, que mostra como os Dalits na índia são tratados? Até melhorou um pouco por lá, mas dalit, tem que baixar a cabeça, trabalhar e ficar imensamente feliz em ser apenas uma poeira que deve se afastar para evitar que alguém "superior" toque sua sombra. Superior em que?

.'.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Conhecimento técnico ou humano?

The Green Office
Ilustração tentando mostrar como usuários gostariam de ter seu local de trabalho.


Comentário feito no fórum de Liderança de TI da ComputerwolrdConhecimento técnico ou humano?

Abril/2009


Meu Comentário:

Nosso trabalho faz parte de quem somos.

Separar o lado humano, em minha opinião, representa mais do que tratamento frio das nossas atividades e relacionamentos.

É o nosso temperamento, personalidade, qualidades pessoais, que vão temperar o que fazemos.

Primeiro, pela nossa abordagem em relação as nossas tarefas.

Segundo, pela forma que encaramos nossa profissão, e nossos desafios profissionais.

Terceiro, ao ter um "porque viver", percebemos que cada parte do dia e da noite tem seu motivo. Pessoas que vivem só para trabalhar, perdem além da saúde, a diversidade do desfrutar dos resultados do que faz.

Quarto, porque um negócio que tem por missão apenas o dinheiro, terá tamanho, mas nunca será grande. Vide os imensos conglomerados financeiros que desapareceram. Alguns, como o Chase, sobreviveram porque Rockfeller percebeu a tempo que o dinheiro apenas, destruiria sua família toda, então passou a criar fundações, e com isto, ter outras percepções.

A pessoa que torna seu trabalho apenas técnico, por maior que seja sua capacitação, terá apenas conhecimento, mas sem a sensatez da sabedoria.

Saber desfrutar da paisagem entre uma atividade e outra, ou simplesmente olhar as árvores já pode representar muito para quem se acorda, que no equilíbrio entre raízes e galhos, existem paralelos para sistemas de administração, por exemplo, quando analisamos sua continuidade, capacidade em relação a contingências, distribuição de recursos, etc.

Toda atividade humana tem uma finalidade, como parte de um organismo social no qual está presente, e para quem contribui de alguma forma.

Human knowledge in the 14th century
Imagem: chmeee
Empresas também são organismos. São organismos sociais. Tem um sistema nervoso, respiram e agem.

Aspectos importantes, como criatividade, bom relacionamento, interesse, motivação e comprometimento são alicerçados por valores basicamente humanos.

A comemoração por uma vitória, um evento bem sucedido, uma tarefa completada com êxito, será comemorada e desfrutada pelo lado humano.

Já o lado técnico, ao final de cada empreitada, vai se preocupar em olhar alguma estatística e guardar as canetas para usar no dia seguinte.

Meditação, práticas de exercícios, fazer parte de algum tipo de grupo ou atividade que busque o aprimoramento pessoal, é diferencial para muitos profissionais.

A parte espiritual está diretamente ligada ao mental, emocional e material.

Ninguém medita se tem a conta de luz vencida.

E ninguém trabalha direito se sua alma está se debatendo.

Quem já sofreu algum problema emocional, sentimental, espiritual, sabe o quanto isto influi. Negar isto é desumano.

Claro que é necessário limite, e não fazer dos demais, nem seu trabalho um local para lamentações. Precisamos seguir a vida e enfrentar os desafios. Mas um pouco de tolerância com nós mesmos e com os demais, revela-se muito útil.

Principalmente, quando sabemos com quem poderemos contar no futuro.

Não se trata de cobrar retribuição, mas de ter oportunidade de saber que outro também tem sangue correndo pelas veias.

Muita empresa tem crescido e amadurecido, permitindo as pessoas que tenham mais flexibilidade, ou simplesmente, possam pensar sossegadas, tornando-se mais produtivas.

.'.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O Guia de Referencia para o Programador Pragmatico

Para quem pretende ser um bom programador, no link abaixo tem um ótimo resumo do livro.
Material excelente de condutas a serem, no mínimo, pensadas.

Só alguns pontos:

# Care About Your Craft.
Cuide do que faz. Porque gastar sua vida desenvolvendo software a menos que você se importe em fazer isto bem feito?

# Think! About Your Work.
Pense. Sobre seu trabalho. Desligue o piloto automático e assuma o controle. Constantemente critique ou aprecie seu trabalho.

# Provide Options, Don't Make Lame Excuses.
Forneça opções. Não desculpas esfarrapadas.
Ao invés de desculpas, provenha opções.Não diga que não pode ser feito. Explique o que pode ser feito.

# Don't Live with Broken Windows.
Não viva com janelas quebradas.
Fixe mau design, decisões erradas e código ruim quando os ver.

# Evite repetições.

# Faça-o fácil de ser reusado.

# Faça o design e codificação na linguagem do usuário.

# Finish What You Start.
Termine o que começa.
Sempre que possível, a rotina ou objeto que alocar um recurso deveria ser responsável por desalocar.

# Fixe o problema, não a culpa.

# E por último: "Sign Your Work"
Assine seu trabalho.
Desde os tempos antigos, os artesões tem orgulho de assinar seu trabalho bem feito. Você deveria também.



"The Pragmatic Programmer Quick Reference Guide"
http://www.codinghorror.com/blog/files/Pragmatic%20Quick%20Reference.htm

quarta-feira, 29 de julho de 2009

As lições dolorosas do Outsourcing.

Outsourcing pode tornar-se um verdadeiro show de horrores. Principalmente quando a comunicação interna é falha e houver enfoque apenas em custos.

Confiram alguns casos (muito) mal sucedidos:

http://www.infoworld.com/d/adventures-in-it/painful-lessons-it-outsourcing-gone-bad-032

Em tempo: Ao contrário do que os céticos pensam, santo de casa faz milagre sim.

Carreira: É hora de aprender a fazer menos por menos.

A InforWorld lançou um manifesto: "Os tempos mudaram, é hora de fazer menos com menos."

Minha opinião:

A iniciativa é extremamente válida e importante. A cultura do "muito mais" com "muito menos", faz muito passou do ponto de prudencia e austeridade saudável, passando para ganância opressiva e austeridade severas, quase sinônimos até de mesquinharia e falta de visão para os demais.
Muito mais por muito menos apenas nos levou ao desequilíbrio pessoal, profissional, social.
A distribuição de cargas de tarefas cada vez mais, são representativas do conceito "ganha-ganha", de obtenção de máximo lucro e rendimento, de forma predatória.
A sistemática de "campo arrasado" apenas vai levar as empresas e os profissionais, ao ponto de difícil solução, de colapso e esgotamento dos recursos disponíveis. Tanto quanto ocorre pela destruição sem reposição adequada (e justa) de matas, recursos hidricos e minerais, estão os profissionais, que deixarão de ser repostos.
Logo mais, quem vai querer entrar numa área em que a exploração vil e a falta de respeito, profissional e pessoal, e a pouca chance de renumeração justas e adequadas, tem se tornado cada vez mais comum?
Qualidade e produtividade não significam opressão e atividades constantemente intensivas. Pelo contrário, como todo e qualquer recurso natural, a mão de obra precisa alternar períodos de trabalho, repouso, lazer, estudos e ser devidamente recompensada e valorizada. Elogios sinceros fazem falta tanto quanto renumeração e carga de trabalho decentes.
As empresas que insistirem na ótica de exaurirem profissionais e depois simplesmente descartá-los, bem como as que ignoram os alertas para qualidade no cuidado e tratamento de suas informações,
apenas estão colocando sobre si mesmas, o rótulo de futuros fracassados.
A empresa perde quando algo é mal feito por solicitação (e pressão). E perde mais ainda, quando além de ter que refazer, sofre o baque de perder competitividade, clientes, reputação.
Conquistar um único novo cliente, custa mais do que manter muitos satisfeitos. A pior coisa, é sua empresa ter apenas um ótimo profissional. São necessários muitos. E nestes dois casos, basta um insatisfeito para levar os demais consigo.

Por isso, fazer menos, mas bem feito, para fazer melhor para todos.

O manifesto e o fórum do movimento estão no link:
www.infoworld.com/slowit
www.slowit.net

A ComputerWorld publicou também matéria sobre o assunto:
http://computerworld.uol.com.br/gestao/2009/07/27/10-mandamentos-para-fazer-menos-com-menos/IDGComment_view

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Liberdade na Google e A Produtividade do Tempo Bem Usado

Trabalhar no Google é no mínimo, muito interessante.

70% do seu tempo e recursos, o profissional aplica na atividade da empresa. 20% em novos projetos relacionados a buscas. Os restantes 10% para seus próprios projetos podendo utilizar toda infraestrutura do Google.

O Google adota uma sistemática que aproveita a habilidade natural das pessoas de buscar melhorar o que fazem. E com isso, também estimula a produtividade e melhora o ambiente de trabalho e o nível de satisfação de seus colaboradores.

Pena que muitas empresas, ainda tratam as pessoas como bicho, achando que pregar alguém na cadeira, sem treinamento, sem nenhum raio de ação, vai ser mais rentável.

Pelo contrário, ao desconsiderar qualidades humanas, se perde muito dinheiro.

No tempo que se amarrava cachorro com linguiça, isto é, quando havia menos concorrência, fartura de recursos, desperdicios nem eram considerados.

Hoje, a visão estreita, controladora, moralista em excesso, ou mesmo intrusiva na vida pessoal, gera insatisfação, baixa produtividade, e pouco ou nenhum comprometimento com a empresa.

É fácil ser mau administrador quando se tem muito dinheiro e contrata-se pessoas que conseguem contornar parcialmente estes problemas, hora sobrecarregando alguns, hora dando um jeito para se virar com resultados medíocres e sistemas precários.

É como o pão-duro que mantém o velho carro queimando oleo, para não gastar num novo. E o que perde, pelo desconforto e gasto em combustivel, compraria um muito melhor em menos tempo gerando economia. Além de fazer girar a roda das finanças.

Descuidar da politica de pessoal, ou pior, ter políticas “de fachada” ou contemplar só alguns “protegidos”, é semelhante a fechar a torneira e deixar os canos furados!

Não se economiza água obrigando as pessoas a usar copos pequenos!


Aprender a meditar pode ser um grande recurso.
Foto: Joshua Salmons

Use bem seu tempo

Faz parte do processo produtivo do bom profissional, otimizar suas funções. Aliás, acho que isto serve para tudo na vida.

O ideal, é que tenhamos quatro partes nas atividades, sendo a quarta parte já implicita na matéria acima.

Extendendo o comentado sobre o Google, acrescentemos o descanso.

A pessoa deve ter tempo para trabalho, estudo, lazer e descanso (intervalos).

O tempo de trabalho, são as tarefas que devem ser feitas, projetos, programação, rotina do dia-a-dia, etc.

O tempo de estudo, é o aprendizado e pesquisa de coisas novas relacionadas ao trabalho.

Lazer, no trabalho, é fazer o que se gosta, e que não está diretamente relacionado ao trabalho, mas sim, ao exeercicio da criatividade pessoal.

E acrescento o tempo de descanso, não é dormir. É o repouso necessário para a mente se recompor. Dar uma caminhada, ler uma revista de quadrinhos, etc.


Esta mesma divisão pode ser adotada para o nosso dia-a-dia. Trabalhar, estudar coisas novas (que não sejam assunto de trabalho), lazer (cinema, teatro, esportes, etc), e descanso (ler, passear, namorar...)

.'.

Projetos estouram prazo mesmo com todas metodologias

"Por que mesmo com novas tecnologias e metodologias, muitos projetos de TI, no Brasil e no mundo, estouram o prazo, o orçamento e a paciência dos usuários ?"
http://www.apinfo.com/cgi-bin/for.pl?display

Meu comentário (repetindo algo que escrevi em 2006):

Vou repetir um comentário de alguns anos passados, lembrando as Leis de Murphy.
Creia, a melhor técnica é aquela que realmente funciona para você, mesmo que ninguém acredite que funcionou como você disse.
Vejamos alguns princípios básicos:
O tempo que demora para executar uma tarefa é 3 vezes superior ao inicialmente previsto. Se ao calcular a duração da tarefa multiplicar-mos por 3 o tempo previsto de modo a obter o resultado correto, nesse caso a tarefa demorará 9 vezes esse tempo.
Os primeiros noventa por centro do trabalho tomam noventa por centro do tempo, e os últimos dez por centro tomam os outros noventa por centro.
O cumprimento dos prazos de execução é inversamente proporcional à rigidez do organograma.
O atraso encurta o trabalho e transfere a responsabilidade para outra pessoa (a autoridade que determinou o prazo) O atraso reduz a preocupação, já que o nível de qualidade desejado deixa de ser o melhor possível e passa a ser o melhor possível dentro do prazo limitado. O atraso evita os outros trabalhos. Como o trabalho está atrasado, os envolvidos nele não recebem novas ordens. O atraso é capaz até de eliminar o próprio trabalho se a necessidade do trabalho desaparece antes de estar concluído.
Se você for esperar o motivo certo para fazer alguma coisa , nunca fará nada.
Quando se tem muito tempo para começar um trabalho o primeiro esforço é mínimo.
Tudo leva mais tempo do que todo o tempo que você tem disponível.
Só sabe a profundidade da poça quem cai nela.
Se você é capaz de distinguir entre o bom e o mal conselho, você não precisa de conselho.
Quem achar que estou apenas brincando nunca trabalhou a sério. (risos).

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Retenção de Talentos - Os que sobem a montanha


One In A Million You

Foto Kelly Gibbs
Meu comentário para matéria da Patrícia Lisboa, publicada na  Computerworld: Gestores de tecnologia devem adotar políticas para retenção de talentos.
"Para especialista, os líderes de TI precisam cuidar para que, além das políticas de capacitação, suas equipes tenham benefícios financeiros."



Meu comentário:

Falta de talentos? Acho que não. O que vejo é falta de oportunidade e discernimento. E uma supervalorização da cultura de que baratinho e mesmice são melhor para a empresa.

Se olharem tudo como se fosse apenas custos esquecendo os resultados que serão obtidos, é óbvio que mais um pouco estarão vendendo até as mesas para economizar, sem entender porque todos terão problemas de coluna, e menos ainda porque estão insatisfeitos.

Empresas querem resultados melhores, inovadores, mais rentáveis, etc. Mas para mudar, é preciso fazer algo diferente. Quem nunca erra, é porque nunca tentou fazer algo diferente.

Todos os dias vejo pessoas que fazem a mesma coisa todos os dias, esperando ter resultados diferentes.

Não adianta pintar as paredes de dourado se não houver evolução na cultura da empresa, valorizando e reconhecendo o profissional talentoso, aquele que se destaca dos demais, e que naturalmente tem um nível de competência que não se deixa esmagar pela inércia ou dogmatizarão do ambiente.

Claro que nem todos profissionais são iguais e nem todos terão o mesmo nível e aptidão.

Nem todos são talentos, gênios, regulares ou medíocres.

Nossa existência é diversificada!

Mas é importante, que todos, dentro de seu nível, sejam tratados de forma equivalente.

Temos os grandes e os pequenos talentos, e lembremos, que se alguém é brilhante numa determinada tarefa, nem sempre terá o mesmo sucesso noutra.

No seu artigo "Os oito níveis de programadores", Jeff Atwood conceitua muito bem diferentes níveis de profissionais:
No nosso mercado, acho que a maioria fica na faixa de 1 a 3, infelizmente. Precisamos mais de nível quatro. Poucos terão um nível cinco ou mais. Ninguém sai da faculdade e entra de paraquedas direto no nível quatro.

Existe uma caminhada a ser feita para estar neste nível. "Natura non facit saltum!" Ninguém é bom sem experiência. Não adianta decoreba de cursinho nem diploma bonito. Tem que saber e ter capacidade. Mozart compunha desde os cinco anos, mas já havia passado horas e horas praticando.

O jovem talento é aquele que vai começar quase de cara no nível dois. A pouca experiência e conhecimento são logo utilizadas de forma destacada e compensadas com disciplina, responsabilidade e ética, que se agregam e consolidam se houver a oportunidade.

Talento implica necessariamente em vocação. Talento é nato, vocação é trabalho. Uma obra de arte é 10% de inspiração e 90% de transpiração. Mas são 90% bem aproveitados. Tem que ter qualidade. O lenhador que não para nem para afiar seu machado, pode parecer trabalhar mais, porém, produz menos, e com pior qualidade.

Talento não se compra pronto. O talento deve ser cultivado de forma séria. Comparativamente, de nada adianta investir pesado adubando e cuidando de uma semente de ervilha, se você precisa os resultados de uma árvore frutífera.

As pessoas esperam ser reconhecidas e valorizadas. Devem ser compartilhados por ambas as partes, funcionário e empresa.

Quem acha que santo de casa não faz milagre, deveria lembrar que são justamente estes que muitas vezes terão a oportunidade do reconhecimento ao serem levados para fazer milagre para outra empresa, quem sabe sua concorrente.

Portanto, sempre é bom lembrar as diretorias para tratar as pessoas com o mesmo respeito e reconhecimento que também gostariam de receber.

Quer ser tratado como um Rei? Trate toda sua equipe como parte do clã ou até como súditos leais, mas nunca como lacaios (capachos).

Pessoas nas mesmas atividades, e da mesma forma, em toda empresa, devem ter as mesmas condições respeitosas de serem reconhecidas, e daí sim, serem tratadas de forma diferenciadas de acordo com seus méritos.

Vemos grandes empresas com políticas muito bonitinhas, muita propaganda, mas que só servem para alguns enquanto outros são solenemente ignorados, ou tratados como reles serviçais da casta superior.


Quantos daqueles quadros lindos de "Missão da empresa" ou pior, certificados ISO-alguma-coisa se tornam um ridículo "nada" quando a realidade é forjada.



Reter talentos significa também compromisso com ideais em comum, e não apenas vestir a camisa da empresa. Quantas são as empresas que podem dizer (sem crescer o nariz), que também vestem a camisa dos seus funcionários? Na hora que a empresa precisa, conta com o funcionário. Mas e na hora que o funcionário precisa, conta com quem?

Como um barco singrando o grande oceano, a tripulação conhece seus comandantes e sabem por que estão ali? São (mesmo) parte da equipe ou a cultura do descartável banaliza as atividades, simplificando avaliações sob óticas míopes e limitadas, muitas vezes mascarada pelo comodismo e inércia?

Talentos não crescem sozinhos. Chefias e equipe devem aprendem mutuamente. Disto surgem os ganhos, méritos e premiações para ambos.

Comprometimento é algo para todos e falta de palavra resulta em perda imediata de confiança, uma mancha difícil de remover ou ser esquecida.

E caso alguma coisa não possa ser cumprida, mas for tratada em grupo, de forma clara, pode ser uma boa oportunidade de incrementar o sentimento de estarem no mesmo barco, rumo ao sucesso.

Todo sucesso profissional é bom para a empresa como um todo. Ninguém cresce sozinho. A empresa que reconhece seus talentos se torna mais aberta e confiável, pois o mercado não é cego. As pessoas conversam entre si. Informações de negócio e opiniões sempre estão muito além de muros. Fazem parte da vida social, de alguma forma.

Recompensar financeiramente talentos deve ser frequente sim. Valorização pessoal e profissional, pelo incentivo ao crescimento e melhoria são aspectos importantes, mas poder desfrutar dos ganhos que seu trabalho gera, são fundamentais. Tapinha nas costas é bom, mas prosperidade também e é bom de saber que está tendo a renumeração justa e perfeita pelo seu trabalho. E a partir de certo patamar, a pessoa passa a ser realizada profissionalmente e, premiações são apenas um adicional, que deve ser lembrado e poderá ter várias formas.

Crescimento não é só promoção de cargo. Existem os especialistas, que ao invés de subir verticalmente, vão se desenvolverem nas suas áreas de atividade até se tornarem mestres do ofício.

E os que sobem, farão isto até atingir seu nível de incompetência, o seu limite natural. Alguns cairão como Ícaro.

A retenção dos talentos nas empresas vai depender muito do como seu mérito pessoal e profissional é percebido na empresa e o retorno recebido. Seu chefe gosta de você? Some três pontos. Seu chefe sabe o que você faz? Some dois pontos. Se você é realmente qualificado, seu chefe sabe a diferença entre a qualidade do seu serviço e qualquer porcaria que tiver por aí? Senão souber... xiiii...

Faz pouco no Slashdot teve um comentário, sobre a diferença entre ter um chefe orientado a produção de fábrica (quantidade) e outro que é da área de conhecimento. O post é muito objetivo se pensarmos em como talentos podem ser desprezados ou valorizados numa empresa: Australian Study Says Web Surfing Boosts Office Productivity.
"Knowledge work is entirely different from manufacturing type work. The relationship between actual production and hours-spent is very weak. We aren't screwing on hubcaps; we have to coax the glob of meat between our ears to cooperate.
Where I work, there are managers who (incompetently) think knowledge workers should be managed like factory workers. These chumps have extremely high turnover, and their employees seem defensive and stressed most of the time. One such manager constantly monitors his employee's internet usage, and fires all of those who visit non-work-related web sites.
If you have an incompetent manager who thinks he's running a factory, browse anyway. You really should be happy if you get fired for moderate web use, because you will be miserable trying to build a career under such a buffoon, anyway."


Se você é desprezado por alguém que não sabe reconhecer a diferença, não adianta perder tempo esperando algum reconhecimento.

Reconhecer méritos é ter a capacidade de perceber capacidades e resultados. E também ter humildade para observar e ponderar, antes de tirar conclusões.

Quais os critérios para avaliar colaboradores? Quem está no comando sabe distinguir e tem (pelo menos algum) conhecimento sobre a atividade? E se tem, este é usado com sabedoria?

No final da Segunda Guerra Mundial, no Laboratório de Los Alamos, uma equipe dos melhores cientistas do mundo, que projetaram e construíram a Bomba Atômica, estava numa sala, debatendo e conversando em frente ao quadro negro lotado de equações. O General Groves, principal líder do projeto, entrou na sala, olhou aquele grupo conversando, e fuzilou a pergunta: "-por que não estavam trabalhando?”.

Talento é ser capaz de utilizar seus recursos e obter resultados melhores.

Reconhecer talentos é ser capaz de reconhecer diferenças que vão muito além de acumulo de tarefas repetitivas ou de estressar a equipe.

Não faltam talentos. Mas falta às vezes até visão empresarial séria e profissionalismo. Vejo com frequência a reclamação de falta de talentos, inclusive em matérias de capa. Mas logo de início o texto comenta a falta de geniozinhos recém-formados com umas dúzias de siglas da moda, para trabalhar de (quase) de graça. Mas depois de dois ou três anos, a tecnologia evolui, e temos programadores medíocres, que não sabem programar, sem lógica, nem conhecimento da finalidade de sua atividade.

Precisamos novos e antigos talentos, e se deve cuidar para que todos tenham oportunidade de continuar seu crescimento sob risco das nossas empresas serem atropeladas num prazo muito curto, não pelas concorrentes equipes indianas, nem qualquer balela disfarçada de outsourcing que "atravessadorias" tentam nos convencer por aqui, mas pelos veteranos profissionais norte-americanos e europeus, melhor pagos, com experiência, reconhecimento e, que sabem como fazer o serviço.

O surgimento de verdadeiras senzalas virtuais tem sido um responsável direto pela trituração e desperdício de muitos talentos, esmagados pela falta de oportunidade, condições dignas de trabalho e renumeração.

Talentos também são perdidos em processos de seleção, feitas por pessoas desqualificadas, incapazes de avaliar ou julgar profissionais de ponta. Usam critérios muitas vezes torpes, e até testes que beiram a ofensa profissional, pela primariedade e falta de senso.

Um bom profissional sabe avaliar naturalmente outro de sua área. E talentos tendem a ser naturalmente reconhecidos e respeitados pelos seus colegas. Então é de se esperar, que tenham a oportunidade de serem avaliados e indicados por pessoas capacitadas, e com conhecimento da área.

E só para lembrar, já que estamos falando de talentos, por acaso, nossos melhores jogadores de futebol vão para o exterior. Melhores salários e reconhecimento. Ué, mas aonde é mesmo o país do futebol? O que dizer então da nossa área de TI.

Perder talentos pode significar a perda do conhecimento do próprio negócio, ficar atrás da concorrência e se tornar dependente. Quantos sistemas hoje estão funcionando pela inércia, fazendo que negócios de vulto estejam à beira de grandes problemas de continuidade e prejuízos incalculáveis?

O profissional regular, trabalha, segue normas, cumpre suas tarefas. O talento, também. Mas se precisar inventa o relógio, cria novas opções, não se conforma em fazer apenas o básico. O talento é inquieto e curioso. Pergunta a si mesmo o que pode ser feito diferente, o que pode ser melhorado, o que existe para aprender e criar. Será que vale a pena valorizar isto? Se sua empresa acha que não, tudo bem, pois poderá ter uma rotina padrão e um rendimento padrão mesmo assim. Mas se acha que sim, parabéns. São estas que fazem a diferença.

Os frutos mais doces, geralmente estão nos galhos mais altos, nos locais de mais difícil acesso. Na natureza, nada é de graça.


06 de abril de 2009