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segunda-feira, 15 de junho de 2009

Projetos estouram prazo mesmo com todas metodologias

"Por que mesmo com novas tecnologias e metodologias, muitos projetos de TI, no Brasil e no mundo, estouram o prazo, o orçamento e a paciência dos usuários ?"
http://www.apinfo.com/cgi-bin/for.pl?display

Meu comentário (repetindo algo que escrevi em 2006):

Vou repetir um comentário de alguns anos passados, lembrando as Leis de Murphy.
Creia, a melhor técnica é aquela que realmente funciona para você, mesmo que ninguém acredite que funcionou como você disse.
Vejamos alguns princípios básicos:
O tempo que demora para executar uma tarefa é 3 vezes superior ao inicialmente previsto. Se ao calcular a duração da tarefa multiplicar-mos por 3 o tempo previsto de modo a obter o resultado correto, nesse caso a tarefa demorará 9 vezes esse tempo.
Os primeiros noventa por centro do trabalho tomam noventa por centro do tempo, e os últimos dez por centro tomam os outros noventa por centro.
O cumprimento dos prazos de execução é inversamente proporcional à rigidez do organograma.
O atraso encurta o trabalho e transfere a responsabilidade para outra pessoa (a autoridade que determinou o prazo) O atraso reduz a preocupação, já que o nível de qualidade desejado deixa de ser o melhor possível e passa a ser o melhor possível dentro do prazo limitado. O atraso evita os outros trabalhos. Como o trabalho está atrasado, os envolvidos nele não recebem novas ordens. O atraso é capaz até de eliminar o próprio trabalho se a necessidade do trabalho desaparece antes de estar concluído.
Se você for esperar o motivo certo para fazer alguma coisa , nunca fará nada.
Quando se tem muito tempo para começar um trabalho o primeiro esforço é mínimo.
Tudo leva mais tempo do que todo o tempo que você tem disponível.
Só sabe a profundidade da poça quem cai nela.
Se você é capaz de distinguir entre o bom e o mal conselho, você não precisa de conselho.
Quem achar que estou apenas brincando nunca trabalhou a sério. (risos).

Europa debate P2P: vigiar conexões ofende a privacidade?

Meu comentário na INFO:
http://info.abril.com.br/blog/baixadefinicao/20090614_listar.shtml?173711

Talvez o mais grave problema de todos, que tem sido amplamente comentado, é que o cidadão terá sua vida pessoal invadida e completamente devassada pois tudo que fizer, será definitivamente lido, observado, anotado, comentado, sabe-se lá por quem e FOFOCADO com autorização sabe-se lá como, escondido atrás da saia de alguém.
Alguém acredita que as pessoas que terão a função de monitorar a vida dos outros nunca vão contar para os conhecidos que leu, viu ou escutou aqueles detalhes picantes da vida de alguém?
Um canal destes aberto, implica em censura direta ao cidadão e oficialização da fofoca como instituição oficial.
Então, que liberem o nudismo público para que todos possam olhar nossas formas sem um pingo de vergonha.
Liberem por favor, o direito dos fofoqueiros de especularem e se meterem livremente na vida alheia.
Oficializem os direitos dos paparazzi que não precisarão mais pular muros escondidos para invadir residências. Poderão entrar pela porta da frente e mostrar com suas câmeras para todo mundo, os horríveis modos a mesa e a terrível maneira que deixamos o tubo de pasta dental.
A China está oficializando a proposta de colocar softwares de monitoração em todos computadores. Estranho, são 1/5 da população do planeta e o restante dos terráqueos estão quase dizendo amém. Os chineses estão na terra deles e tem um senso nacionalista, familiar, social muito fortes, que remonta de uma bonita cultura secular. Tem mulheres lindas (Mei) também, mas isto é lá na terra deles, e aqui não é a China.
Direitos autorais são um imenso problema. Especialmente para quem não os recebe, como eu e milhares de outros músicos e escritores semi-profissionais que tem trabalhos por aí. Se a grande indústria chora por prováveis perdas (ou diminuição dos aumentos de ganhos), imaginem nós que nem receber conseguimos!
A estrutura de recebimento de direitos autorais, vulgarmente chamada de "indústria", abrange produção, distribuição e captação dos recursos, etc, coisas que implicam na necessidade de uma estrutura empresarial profissional, que custa caro e requer conhecimento especializado. Portanto, precisa ser renumerada, mesmo que sujeita a necessidade de algumas revisões de várias partes, para que tenha um alcance maior, e com preços menores.
Mas o pequeno artista, mal consegue utilizar a estrutura de captação. Em países como Estados Unidos, etc, pode-se receber dinheiro através do cartão de crédito. Com isto, por exemplo, eu poderia finalmente receber dinheiro pelas minhas músicas que estão no Myspace e noutros tantos sites por aí. Sabe como é, rock progressivo não é algo popular no Brasil, mas noutros países vende razoavelmente e eu poderia pelo menos, ter uma rendazinha adicional, já que trabalhar em TI não paga aquela coisa e teclado é um instrumento bem caro.

Então o P2P neste caso, é um veículo que ajuda para divulgação de trabalho. Em países civilizados, temos visto que as pessoas continuam querendo o CD/DVD, etc originais. Quem não vai ao cinema, se puder ter uma opção um pouco melhor, vai comprar sim o álbum oficial, desde que não seja um preço exorbitante.
Quem sabe a discussão do P2P, um dia nos leve a possibilidade de utilizar conceitos que estão sendo trabalhados diariamente na internet, para que as estruturas de captação e divulgação alcancem a todos, inclusive os pequenos artistas e escritores como eu e mais alguns milhares e milhares que ficariam bem contentes em capitalizar suas poucas cópias vendidas em dezenas de países diferentes graças a propaganda grátis de uma centena de sites de download que se encarregaram da divulgação.
Pensem nos pequenos também, nem só de grandes negócios o mundo é feito.
Gilberto Strapazon
Porto Alegre
(Programador, escritor, músico presente no Myspace, e noutros lugares, rssss)

sexta-feira, 12 de junho de 2009

A Melhor rádio de Rock Progressivo na WEB

Para vocês que gostam de Rock Progressivo, a melhor rádio online do planeta é, sem a menor dúvida:


A rádio funciona 24x7, suporta stream de baixa e alta velocidade e tem uma programação muito variada, formada principalmente pelas solicitações dos usuários que vão sendo enfileiradas em ordem de solicitação.


Além disto, possuem blocos de programas muito interessantes, bem diferenciados, incluíndo astronomia e outras coisas.

A rádio é mantida por amantes da música, tem excelente qualidade de transmissão e é grátis.

Para quem desejar velocidades de conexão mais alta e qualidade melhor ainda, a rádio possui opção para colabores que pagam um valor pequeno com acesso a velocidades maiores de maior resolução. São esses colaboradores ajudam a pagar os custos todos. Se puder, contribua, a música agradece!

Imperdível passar pelas imensas listas de títulos e bandas, para ouvir desde os primórdios do gênero até as melhores bandas atuais. E descobrir tantas bandas ótimas que você nunca ouviu falar.


E fazendo um pouco de autopromoção, tenho algumas de minhas músicas no Myspace.

=)


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Veja também



.'.

A arte de Hiroshi Yoshii


Hiroshi Yoshii é um artista japonês que tem um trabalho delicado e ao mesmo tempo, intrigante.
Seus personagens parecem saidos de um mundo de fantasia infantil, mas com uma força de traço impressionantes.
Seus desenhos aparecem em trabalhos por todo planeta, e merecem ser vistos:
http://www.yoshii.com/

.'.

Corrigindo Corrupção de Dados em arquivos DBF - Clipper, xHarbour, xBase, etc

Clipper - Corrupção de Dados

Desenvolvedores que utilizam a linguagem Clipper frequentemente vão se deparar com problema de corrupção de dados em arquivos DBF e/ou nos índices.
Descartando os problemas que possam ser eventualmente causados por falhas de equipamento, cabos, placas, HD com defeito, etc, na ampla maioria das vezes, estes problemas são totalmente contornáveis, bastando ao programador, adotar medidas preventivas no seu programa.
Tratamento de erros é algo que todo bom programador deve adotar se quiser apresentar sistemas confiáveis para o usuário.
A solução abordada também é válida para Foxpro, xBase++, xHarbour, etc
A lógica aqui apresentada, serve também como modelo para linguagens de outras categorias, pois trata-se de princípios universais a serem observados.
Em tempo, também podem ocorrer problemas de perdas de dados por causa do tamanho dos arquivos. O DBF possui limitações de tamanho, que varia um pouco, mas geralmente ao redor máximo de 1Gb. Neste caso, você terá que adotar um gerenciador diferente para seus dados.
Para os usuários de DBF, que não queiram, ou não precisam reprojetar imediatamente seus dados para outro formato, como SQL, recomendo o ADS Advantage Database Server, excelente gerenciador client/server da Sybase. É altamente performante, agrega muita segurança ao processamento e é uma boa opção para grandes volumes de dados. E também, já é uma porta para quem estiver pensando em migrar para SQL.

Vamos lá então:

-----------------------------------------------------------
Impedindo Erros de Gravação em Clipper

Principais Erros:
* Corruption Detect
* Internal Error 19
Uma das principais causas de corrupção de dados ocorre ocorre porque nem sempre o LOCK é bem sucedido, devido a demora na rede, ou porque o registro está bloqueado noutra estação.
Este código testa se o lock foi bem sucedido, senão, faz um loop padrão de N-vezes ou até o limite solicitado.
Se ainda não conseguir, vai apresentar uma mensagem na tela avisando que está a espera de liberação, a qual o usuário pode interromper por ESC.
A rotina aceita um parâmetro para especificar quanto tempo aguardar.
Adaptem o código ao seu caso:
Desenvolvido em Clipper 5.2e
Cabeçalho:
#command default <variable1> to <value1> [, <variableN> to <valueN> ] => ;
if <variable1> == nil; <variable1> := <value1>; endif;
[; if <variableN> == nil; <variableN> := <valueN>; endif ]
// Código desenvolvido por Gilberto Strapazon
//
Function Exemplo
//
// Exemplo de uso da função NET_REG
if .not. Arquivo->(dbseek(chave))
Arquivo->(dbappend())

...(seu código aqui) gerar chave, etc...
endif
if .not. net_reg()
mensagem("Nao foi possivel incluir registro no arquivo",, 0)
return false
endif
Replace Arquivo->campo1 with OutroArquivo->campo1,;
Arquivo->campo2 with OutroArquivo->campo2
Arquivo->(dbunlock())
Arquivo->(dbcommit())
Return true
Function NET_REG(limite)
local savtela
local xvezes
local msgaviso
local windx
local wcontador
default limite to 0 // se limite > 0, aguarda N segundos e volta
// se limite == 0 fica aguardando
CLEAR TYPEAHEAD
savtela := savescreen(0, 0, maxrow(), maxcol())
savcolor := setcolor()
xvezes := 0
wcontador := 0
msgaviso := "Aguardando para gravar registro no arquivo " +
alltrim(alias(select()))
do while true
if Rlock() // Se conseguir bloquear o registro
restscreen(0, 0, maxrow(), maxcol(), savtela)
return true // Retornar...
endif
//
if (xvezes < 6)
xvezes++
inkey(0.5)
loop
endif
aguarde(msgaviso) \\ janela padrão de Aguarde
mensagem(msgaviso) \\ rotina padrão de mensagem rodapé
@ maxrow()-1,00 say padc(msgaviso + ". Tecle ESC para interromper")
if inkey(0.5) = K_ESC // aguarda 0.5 segundo
setcolor(savcolor)
restscreen(0, 0, maxrow(), maxcol(), savtela)
return false
endif
wContador++
if limite > 0 .and. ; // se for informado limite
wContador > limite // aguarda o tempo especificado
restscreen(0, 0, maxrow(), maxcol(), savtela)
return false // aviso de erro. Nao bloqueou
endif
//
enddo
restscreen(0, 0, maxrow(), maxcol(), savtela)
return(true)
Function mensagem(vMsg, vJust, vtempo, vLinha, vTom)
// Apresenta mensagem padrao no rodape da tela ou na linha informada
// Se for informado TEMPO, faz pausa pelo tempo especificado
// Se for informado TOM, soa um sinal.
local savcolor
public cRealce := "W+/R,N/W,,,W+/R"
default vMsg to ""
default vJust to "E"
default vTempo to nil
default vLinha to maxrow()
default vTom to false
savcolor := setcolor()
vJust := upper(vJust) // padroniza parametro
if empty(vMsg)
setcolor("GR+/B")
else
setcolor(m->cRealce)
endif
do case
case vJust = "E"
@ vLinha, 0 say padr(vMsg, maxcol()+1)
case vJust = "C"
@ vLinha, 0 say padc(vMsg, maxcol()+1)
case vJust = "D"
@ vLinha, 0 say padl(vMsg, maxcol()+1)
endcase
if vTom
tone(440,1)
endif
if vTempo <> NIL
inkey(vTempo)
endif
setcolor(savcolor)
return
Function Aguarde(mensagem, linha, cor)
// Mostra mensagem hh:mm:ss aguarde...
//
local wcoli
local wlinf
local wcolf
local tammsg := 0
local savcolor
public cRealce := "W+/R,N/W,,,W+/R"
default linha to (maxrow()/2)-3
default cor to m->cRealce
savcolor := setcolor()
setcolor(m->cRealce)
mensagem := time() + " " + alltrim(mensagem)
tammsg := (maxcol() - (len(alltrim(mensagem)))) / 2
wlinf := linha + 3
wcoli := tammsg - 2
wcolf := (maxcol() - tammsg) + 1
janela(linha, wcoli, wlinf, wcolf, mensagem,, false, cor)
@ linha +2, wcoli+ 2 say mensagem
setcolor(savcolor)
return(NIL)
==================================================================

Retenção de Talentos - Os que sobem a montanha


One In A Million You

Foto Kelly Gibbs
Meu comentário para matéria da Patrícia Lisboa, publicada na  Computerworld: Gestores de tecnologia devem adotar políticas para retenção de talentos.
"Para especialista, os líderes de TI precisam cuidar para que, além das políticas de capacitação, suas equipes tenham benefícios financeiros."



Meu comentário:

Falta de talentos? Acho que não. O que vejo é falta de oportunidade e discernimento. E uma supervalorização da cultura de que baratinho e mesmice são melhor para a empresa.

Se olharem tudo como se fosse apenas custos esquecendo os resultados que serão obtidos, é óbvio que mais um pouco estarão vendendo até as mesas para economizar, sem entender porque todos terão problemas de coluna, e menos ainda porque estão insatisfeitos.

Empresas querem resultados melhores, inovadores, mais rentáveis, etc. Mas para mudar, é preciso fazer algo diferente. Quem nunca erra, é porque nunca tentou fazer algo diferente.

Todos os dias vejo pessoas que fazem a mesma coisa todos os dias, esperando ter resultados diferentes.

Não adianta pintar as paredes de dourado se não houver evolução na cultura da empresa, valorizando e reconhecendo o profissional talentoso, aquele que se destaca dos demais, e que naturalmente tem um nível de competência que não se deixa esmagar pela inércia ou dogmatizarão do ambiente.

Claro que nem todos profissionais são iguais e nem todos terão o mesmo nível e aptidão.

Nem todos são talentos, gênios, regulares ou medíocres.

Nossa existência é diversificada!

Mas é importante, que todos, dentro de seu nível, sejam tratados de forma equivalente.

Temos os grandes e os pequenos talentos, e lembremos, que se alguém é brilhante numa determinada tarefa, nem sempre terá o mesmo sucesso noutra.

No seu artigo "Os oito níveis de programadores", Jeff Atwood conceitua muito bem diferentes níveis de profissionais:
No nosso mercado, acho que a maioria fica na faixa de 1 a 3, infelizmente. Precisamos mais de nível quatro. Poucos terão um nível cinco ou mais. Ninguém sai da faculdade e entra de paraquedas direto no nível quatro.

Existe uma caminhada a ser feita para estar neste nível. "Natura non facit saltum!" Ninguém é bom sem experiência. Não adianta decoreba de cursinho nem diploma bonito. Tem que saber e ter capacidade. Mozart compunha desde os cinco anos, mas já havia passado horas e horas praticando.

O jovem talento é aquele que vai começar quase de cara no nível dois. A pouca experiência e conhecimento são logo utilizadas de forma destacada e compensadas com disciplina, responsabilidade e ética, que se agregam e consolidam se houver a oportunidade.

Talento implica necessariamente em vocação. Talento é nato, vocação é trabalho. Uma obra de arte é 10% de inspiração e 90% de transpiração. Mas são 90% bem aproveitados. Tem que ter qualidade. O lenhador que não para nem para afiar seu machado, pode parecer trabalhar mais, porém, produz menos, e com pior qualidade.

Talento não se compra pronto. O talento deve ser cultivado de forma séria. Comparativamente, de nada adianta investir pesado adubando e cuidando de uma semente de ervilha, se você precisa os resultados de uma árvore frutífera.

As pessoas esperam ser reconhecidas e valorizadas. Devem ser compartilhados por ambas as partes, funcionário e empresa.

Quem acha que santo de casa não faz milagre, deveria lembrar que são justamente estes que muitas vezes terão a oportunidade do reconhecimento ao serem levados para fazer milagre para outra empresa, quem sabe sua concorrente.

Portanto, sempre é bom lembrar as diretorias para tratar as pessoas com o mesmo respeito e reconhecimento que também gostariam de receber.

Quer ser tratado como um Rei? Trate toda sua equipe como parte do clã ou até como súditos leais, mas nunca como lacaios (capachos).

Pessoas nas mesmas atividades, e da mesma forma, em toda empresa, devem ter as mesmas condições respeitosas de serem reconhecidas, e daí sim, serem tratadas de forma diferenciadas de acordo com seus méritos.

Vemos grandes empresas com políticas muito bonitinhas, muita propaganda, mas que só servem para alguns enquanto outros são solenemente ignorados, ou tratados como reles serviçais da casta superior.


Quantos daqueles quadros lindos de "Missão da empresa" ou pior, certificados ISO-alguma-coisa se tornam um ridículo "nada" quando a realidade é forjada.



Reter talentos significa também compromisso com ideais em comum, e não apenas vestir a camisa da empresa. Quantas são as empresas que podem dizer (sem crescer o nariz), que também vestem a camisa dos seus funcionários? Na hora que a empresa precisa, conta com o funcionário. Mas e na hora que o funcionário precisa, conta com quem?

Como um barco singrando o grande oceano, a tripulação conhece seus comandantes e sabem por que estão ali? São (mesmo) parte da equipe ou a cultura do descartável banaliza as atividades, simplificando avaliações sob óticas míopes e limitadas, muitas vezes mascarada pelo comodismo e inércia?

Talentos não crescem sozinhos. Chefias e equipe devem aprendem mutuamente. Disto surgem os ganhos, méritos e premiações para ambos.

Comprometimento é algo para todos e falta de palavra resulta em perda imediata de confiança, uma mancha difícil de remover ou ser esquecida.

E caso alguma coisa não possa ser cumprida, mas for tratada em grupo, de forma clara, pode ser uma boa oportunidade de incrementar o sentimento de estarem no mesmo barco, rumo ao sucesso.

Todo sucesso profissional é bom para a empresa como um todo. Ninguém cresce sozinho. A empresa que reconhece seus talentos se torna mais aberta e confiável, pois o mercado não é cego. As pessoas conversam entre si. Informações de negócio e opiniões sempre estão muito além de muros. Fazem parte da vida social, de alguma forma.

Recompensar financeiramente talentos deve ser frequente sim. Valorização pessoal e profissional, pelo incentivo ao crescimento e melhoria são aspectos importantes, mas poder desfrutar dos ganhos que seu trabalho gera, são fundamentais. Tapinha nas costas é bom, mas prosperidade também e é bom de saber que está tendo a renumeração justa e perfeita pelo seu trabalho. E a partir de certo patamar, a pessoa passa a ser realizada profissionalmente e, premiações são apenas um adicional, que deve ser lembrado e poderá ter várias formas.

Crescimento não é só promoção de cargo. Existem os especialistas, que ao invés de subir verticalmente, vão se desenvolverem nas suas áreas de atividade até se tornarem mestres do ofício.

E os que sobem, farão isto até atingir seu nível de incompetência, o seu limite natural. Alguns cairão como Ícaro.

A retenção dos talentos nas empresas vai depender muito do como seu mérito pessoal e profissional é percebido na empresa e o retorno recebido. Seu chefe gosta de você? Some três pontos. Seu chefe sabe o que você faz? Some dois pontos. Se você é realmente qualificado, seu chefe sabe a diferença entre a qualidade do seu serviço e qualquer porcaria que tiver por aí? Senão souber... xiiii...

Faz pouco no Slashdot teve um comentário, sobre a diferença entre ter um chefe orientado a produção de fábrica (quantidade) e outro que é da área de conhecimento. O post é muito objetivo se pensarmos em como talentos podem ser desprezados ou valorizados numa empresa: Australian Study Says Web Surfing Boosts Office Productivity.
"Knowledge work is entirely different from manufacturing type work. The relationship between actual production and hours-spent is very weak. We aren't screwing on hubcaps; we have to coax the glob of meat between our ears to cooperate.
Where I work, there are managers who (incompetently) think knowledge workers should be managed like factory workers. These chumps have extremely high turnover, and their employees seem defensive and stressed most of the time. One such manager constantly monitors his employee's internet usage, and fires all of those who visit non-work-related web sites.
If you have an incompetent manager who thinks he's running a factory, browse anyway. You really should be happy if you get fired for moderate web use, because you will be miserable trying to build a career under such a buffoon, anyway."


Se você é desprezado por alguém que não sabe reconhecer a diferença, não adianta perder tempo esperando algum reconhecimento.

Reconhecer méritos é ter a capacidade de perceber capacidades e resultados. E também ter humildade para observar e ponderar, antes de tirar conclusões.

Quais os critérios para avaliar colaboradores? Quem está no comando sabe distinguir e tem (pelo menos algum) conhecimento sobre a atividade? E se tem, este é usado com sabedoria?

No final da Segunda Guerra Mundial, no Laboratório de Los Alamos, uma equipe dos melhores cientistas do mundo, que projetaram e construíram a Bomba Atômica, estava numa sala, debatendo e conversando em frente ao quadro negro lotado de equações. O General Groves, principal líder do projeto, entrou na sala, olhou aquele grupo conversando, e fuzilou a pergunta: "-por que não estavam trabalhando?”.

Talento é ser capaz de utilizar seus recursos e obter resultados melhores.

Reconhecer talentos é ser capaz de reconhecer diferenças que vão muito além de acumulo de tarefas repetitivas ou de estressar a equipe.

Não faltam talentos. Mas falta às vezes até visão empresarial séria e profissionalismo. Vejo com frequência a reclamação de falta de talentos, inclusive em matérias de capa. Mas logo de início o texto comenta a falta de geniozinhos recém-formados com umas dúzias de siglas da moda, para trabalhar de (quase) de graça. Mas depois de dois ou três anos, a tecnologia evolui, e temos programadores medíocres, que não sabem programar, sem lógica, nem conhecimento da finalidade de sua atividade.

Precisamos novos e antigos talentos, e se deve cuidar para que todos tenham oportunidade de continuar seu crescimento sob risco das nossas empresas serem atropeladas num prazo muito curto, não pelas concorrentes equipes indianas, nem qualquer balela disfarçada de outsourcing que "atravessadorias" tentam nos convencer por aqui, mas pelos veteranos profissionais norte-americanos e europeus, melhor pagos, com experiência, reconhecimento e, que sabem como fazer o serviço.

O surgimento de verdadeiras senzalas virtuais tem sido um responsável direto pela trituração e desperdício de muitos talentos, esmagados pela falta de oportunidade, condições dignas de trabalho e renumeração.

Talentos também são perdidos em processos de seleção, feitas por pessoas desqualificadas, incapazes de avaliar ou julgar profissionais de ponta. Usam critérios muitas vezes torpes, e até testes que beiram a ofensa profissional, pela primariedade e falta de senso.

Um bom profissional sabe avaliar naturalmente outro de sua área. E talentos tendem a ser naturalmente reconhecidos e respeitados pelos seus colegas. Então é de se esperar, que tenham a oportunidade de serem avaliados e indicados por pessoas capacitadas, e com conhecimento da área.

E só para lembrar, já que estamos falando de talentos, por acaso, nossos melhores jogadores de futebol vão para o exterior. Melhores salários e reconhecimento. Ué, mas aonde é mesmo o país do futebol? O que dizer então da nossa área de TI.

Perder talentos pode significar a perda do conhecimento do próprio negócio, ficar atrás da concorrência e se tornar dependente. Quantos sistemas hoje estão funcionando pela inércia, fazendo que negócios de vulto estejam à beira de grandes problemas de continuidade e prejuízos incalculáveis?

O profissional regular, trabalha, segue normas, cumpre suas tarefas. O talento, também. Mas se precisar inventa o relógio, cria novas opções, não se conforma em fazer apenas o básico. O talento é inquieto e curioso. Pergunta a si mesmo o que pode ser feito diferente, o que pode ser melhorado, o que existe para aprender e criar. Será que vale a pena valorizar isto? Se sua empresa acha que não, tudo bem, pois poderá ter uma rotina padrão e um rendimento padrão mesmo assim. Mas se acha que sim, parabéns. São estas que fazem a diferença.

Os frutos mais doces, geralmente estão nos galhos mais altos, nos locais de mais difícil acesso. Na natureza, nada é de graça.


06 de abril de 2009